grande inauguração do “Erecções 2009”, um blogue temático e temporário de análise política profunda:
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Com o aumento da qualidade de vida e (algum) progresso económico/endividamento as pessoas habituaram-se a ter no carro uma extensão do seu próprio corpo como se fosse um direito absoluto. A construção desenfreada de autoestradas e o mau planeamento urbano, em particular nos subúrbios, fez também com que o carro seja cada vez mais fetichizado.
Já morei nos subúrbios de Lisboa, já morei no centro trabalhando nos subúrbios e já trabalhei no centro, vivendo no centro. Vi a evolução da mobilidade na região de Lisboa na ótica do utilizador, desde meados dos anos 80. A região de Lisboa e em particular o concelho de Lisboa dispõem de uma rede de transportes muitíssimo mais eficiente da de há 25 anos. Há concerteza falhas e “ângulos mortos” na rede de transportes públicos, por isso percebo que determinados em certos percursos faça sentido o uso de carro próprio e que também em determinadas profissões o seu uso seja indispensável. Não compreendo no entanto que num percurso suburbano em hora de ponta um comboio tenha sempre lugares sentados quando na estrada que faz aproximadamente o mesmo percurso esteja entupida de carros com um utilizador apenas.
Também só se pode exigir melhores transportes quando se faz uso deles, a maior parte das vezes quem fala mal dos transportes públicos é quem não os utiliza, seja porque tem de andar 10 ou 20 minutos a pé. A minha pergunta é: o stress e o tempo passado no trânsito é uma melhoria na qualidade de vida?
Um percurso que em 1985 demoraria 60 minutos, pode demorar hoje, por via de melhores ligações e extensão do metro de Lisboa, 40 minutos. Percursos médios no centro de Lisboa demoram 30 minutos em transportes públicos.
Toda a gente tem uma vida complicada, horários a cumprir mas uma atitude cívica quer dizer que se pensa em termos de comunidade em vez de conforto próprio. A exigência de melhores transportes também só pode ser feita quando os mesmos são usados e o uso do carro próprio não empecilha a fluidez dos autocarros e elétricos.
Dito isto, só posso pensar que as políticas de transporte no concelho de Lisboa têm de ser feitos em articulação com os concelhos limítrofes, sendo estes os grandes responsáveis por falta de planeamento e na articulação de comboios com redes de transportes suburbanos. Também que o hábito do uso do carro próprio só pode ser combatido com medidas dissuasoras do mesmo, e serão sempre impopulares.
Lisboa seria uma cidade com uma qualidade de vida muito melhor se os passeios não estivessem sempre ocupados pelos carros, se muitos dos percursos de ligação fossem feitos a pé, e se o carro fosse usado com parcimónia.
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Só voto no PS para a CML porque politiqueiros são o António Costa, o José Sá Fernandes, a Helena Roseta, o Pedro Santana Lopes, o Paulo Portas, o Miguel Portas, o Francisco Louçã e o Comité Central.
Mas há uma enorme diferença entre António Costa e Pedro Santana Lopes que um leitor do Público tão bem explica:
“15.07.2009 – 14h46 – Anónimo, seixal
Assim, e lembrando um famoso debate parlamentar sobre a igualdade de acesso ao casamento em que havia uma proposta isco com o intuíto de cativar votos do PS, uma proposta âncora que por acaso até era a mais completa, e uma proposta gaveta que ali ficou para não perder votos à direita, declaro também que tenciono não votar no PS, no PCP nem no BE para as Legislativas. Isto por uma questão de igualdade, porque todos e num determinado momento tiveram a oportunidade de tornar constitucional uma Lei que não o é num ponto específico e não o fizeram.
Quanto ao PSD foram já muitos anos nos últimos 30. Paro o CDS acho que já chega de nossa senhora do engodo.
a beleza de imagens como estas